Um dos métodos mais usados para a detecção do câncer de próstata, o PSA
(antígeno prostático específico, na sigla em inglês), não deve mais ser usado
em homens saudáveis. A recomendação é dos US Preventive Services Task Force,
grupo cientistas e pesquisadores influentes ligado ao governo americano, e foi
baseada em cinco testes clínicos bem controlados. “O teste não consegue mostrar
a diferença entre tumores que irão ou não afetar um homem durante sua vida. Nós
precisamos encontrar um que o faça”, disse Virginia Moyer, da Baylor College e
líder do grupo. O PSA detecta a elevação de uma proteína produzida pela
próstata e é um indicativo de câncer. O método, porém, é criticado por dar
falsos-positivos.Uma dosagem alta de PSA, no entanto, também pode ser sinal de
uma infecção ou crescimento benigno exagerado da próstata.Com a sua
popularização, as consequências devastadoras das biópsias e dos tratamentos que
geralmente lhe são subsequentes começaram a aparecer.De 1986 a 2005, 1 milhão
de homens foram tratados com cirurgia, radioterapia (ou ambos), o que não
aconteceria sem o PSA.Entre eles, dizem os pesquisadores, pelo menos 5.000
morreram logo após a cirurgia e entre 10 mil e 70 mil outros sofreram
complicações sérias.Pelo menos a metade apresentou frequentemente sangue no
sêmen, além de muitos terem incontinência urinária ou impotência.“Nós estamos
desapontados. A questão é que esse melhor teste que nós temos, e a resposta não
pode ser simplesmente ‘não faça o exame’”, diz Thomas Kirk, líder do Us Too, um
dos maiores grupos de apoio à doença.Para os pesquisadores, não saber o que
está acontecendo na próstata pode ser o melhor caminho.Estudos em autópsias
indicaram que um terço dos homens entre 40 e 60 anos têm a doença. Uma
proporção que sobe para três quartos na faixa acima de 85.A recomendação é
válida apenas para homens saudáveis e sem sintomas. Os pesquisadores se
pronunciaram se o teste é apropriado para homens que têm sintomas suspeitos da
doença ou que já foram tratados contra ela.
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