Venho senhor ao teu jardim, para reaprender a plantar. Um
dia me ensinaste que todas as boas sementes germinam e me deste a terra do meu
coração para um bom plantio, recomendando-me atenção para o livre arbítrio, e
principalmente me adaptar com aqueles em que ainda tenho diferenças. Mas… não
tive generosidade suficiente para com meu semelhante e hoje, quando necessito
da generosidade de outrem, dificilmente eu a encontro. Não tenho colhido a flor
da generosidade porque não a plantei. Não dei à natureza todo o respeito que
ela como obra sua, merecia ter recebido de mim. Fui negligente, senhor. Senhor
disse-me, que a felicidade sempre estaria em minha vida se eu me lembrasse de
levar felicidade àqueles que choravam, e que não tinham um ombro onde se debruçar.
Só o que fiz foi criticas. Não tenho colhido a flor da Felicidade Plena, porque
não a plantei. Não levei a sério, quando me revelaste que o preconceito era uma
erva daninha que, pouco a pouco, mataria o meu jardim. Não olhei sem julgamento
para os diferentes de mim, não observei todos os seres e tudo o mais que crias-
te sem sentir-me maior e melhor do que eles. Não tenho colhido a flor do Amor
Incondicional, porque não a plantei. Agora, venho ao teu jardim, buscando ter
uma e, talvez, a última chance de reencontrar as sementes que desejaste ver
germinadas em meu coração. Vou orar por todos que ainda não me afinei e que
sempre negligenciei. Não sei se vês em minha visita algum sinal de humildade.
Já muito agi com orgulho e não tenho colhido a flor da humildade porque não a
plantei. Mas agora a dor está volvendo minhas atitudes anteriores. Aceita,
senhor, esta minha vinda, e dá-me o perdão, o mesmo perdão que a tantos e
tantos eu neguei. Acolherei a tua decisão, senhor, seja ela qual for, e se não
for aquela que espero eu entenderei. Não tenho colhido a Flor do Perdão, porque
não a plantei…
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