Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de
padecer: Com estas palavras Jesus inaugurou a celebração do seu último banquete
e da instituição da sagrada Eucaristia. Jesus foi ao encontro daquela hora,
desejando-a. No seu íntimo, esperou aquele momento em que haveria de dar-Se aos
seus sob as espécies do pão e do vinho. Esperou aquele momento que deveria ser de
algum modo, as verdadeiras núpcias messiânicas: a transformação dos dons desta
terra e o fazer-Se um só com os seus, para transformá-los e inaugurar assim a
transformação do mundo. No desejo de Jesus, podemos reconhecer o desejo do
próprio Deus: o seu amor pelos homens, pela sua criação, um amor em
expectativa. O amor que espera o momento da união, o amor que quer atrair os
homens a si, para assim realizar também o desejo da própria criação: esta, de
fato, aguarda a manifestação dos filhos de Deus. Jesus deseja-nos, aguarda-nos.
E nós, temos verdadeiramente desejo d’Ele? Sentimos, no nosso interior, o
impulso para encontrá-lo? Ansiamos pela sua proximidade, por nos tornarmos um
só com Ele, dom este que Ele nos concede na Sagrada Eucaristia? Ou, pelo
contrário, sentimo-nos indiferentes, distraídos, inundados por outras coisas?
Sabemos pelas parábolas de Jesus sobre banquetes, que Ele conhece a realidade
dos lugares que ficam vazios, a resposta negativa, o desinteresse por Ele e
pela sua proximidade. Os lugares vazios no banquete nupcial do Senhor, com ou
sem desculpa, há já algum tempo que deixaram de ser para nós uma parábola,
tornando-se uma realidade, justamente naqueles países aos quais Ele tinha
manifestado a sua proximidade particular. Jesus sabia também de convidados que
viriam sim, mas sem estar vestidos de modo nupcial: sem alegria pela sua
proximidade, fazendo-o somente por costume e com uma orientação bem diversa na
sua vida.
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