domingo, 15 de janeiro de 2012

Reflexões, sentimentos e muitas emoções


A contradição reside em nós e está no centro da nossa realidade, incluindo o amor. Amamos o que nos dá prazer e o que nos faz sentir felizes. É por isso que amamos os nossos cônjuges, os nossos pais, os nossos filhos. Só que isso também pode também ser causa de dor e sofrimento, como todos sabemos. A dor, a morte, e a desgraça rondam as nossas vidas, e quando elas atingem aqueles que amamos isso obriga-nos a sacrifícios, e a chorar e a sofrer por eles. Por isso, amar muito, ou amar muita gente, se por um lado é fonte de alegria e prazer, também é fonte de dor – associado à dor daqueles que amamos. Não amar pode, por isso, ser uma via de fugirmos à dor. São estúpidas, numa perspectiva ética. E, no entanto, ele não deixa de estar a retratar certo mecanismo espontâneo que nos leva a certa indisponibilidade de amar – bem visível na nossa falta de amor em relação aos desconhecidos. A nossa indiferença em relação aos desconhecidos pode de fato ter a ver com a nossa tentativa de fuga à dor… Amar de forma intensa os pobres do mundo seria sofrer com eles. Amar os desgraçados, e as vítimas dos mil e um acidentes e males que atingem o homem no mundo fora - e que a televisão e os meios de comunicação continuamente trazem até nós - seria sofrer todos os minutos, todos os dias. O que é manifestamente demasiado. E isso pode explicar a nossa tendência para a indiferença. Porque amar é também sofrer... Conheço a tua conduta: não és frio e nem quente o que me amedronta não é a ousadia dos maus, mas o silêncio e a passividade dos bons. Todos nós sonhamos com uma sociedade melhor e mais justa, com uma vida familiar e social sadia, com uma convivência humana pacífica. Mas nos esquecemos de que o mundo e a sociedade, nossa pátria e nossas famílias, como a convivência humana, só serão melhores se formos pessoas melhores. O mundo com suas tensões de ordem social, familiar e existencial, com a crise dos valores éticos e da justiça social é o maior responsável pela exclusão de milhões de pessoas do banquete de uma vida com mais qualidade. A história da humanidade, da nossa sociedade e de nossas famílias nada mais é do que o resultado daquilo que somos vivemos e construímos. Por isso, diante da realidade em que nos encontramos, é necessário uma opção de vida, que significa capacidade e vontade de se doar e de amar e assumir, de transformar a si e o mundo a partir de cada um de nós. Para isso, Deus é tudo, que nós temos de bom em nossos corações. Precisamos refletir muito em nossos comportamentos e ações.

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