terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Maria é a mãe de Deus que vive nas massas excluídas


Sempre no dia primeiro de janeiro de cada ano celebra-se o Dia mundial da Paz e a memória de Maria como Mãe de Deus e Mãe da Humanidade. Grande parte dessa Humanidade ainda se encontra nas pessoas excluídas e sobrantes da sociedade moderna e globalizada. Enquanto os chefes dos países mais ricos do mundo discutem a crise dos bancos, que se abarrotam de dinheiro que não existia à custa das pessoas excluídas, nossa fé e nosso compromisso buscam dar voz a essas pessoas sobrantes. Trata-se de milhões que vivem na miséria e têm como estratégia economizar forças para sobreviverem. A essa parte da Humanidade a Mãe de Deus abre o ano civil, com sua atitude de vida e de misericórdia. As massas excluídas clamam por vida e se caracterizam por três traços que clamam por esta vida e por isso desafiam nossa fé e nossa vocação batismal de testemunhar a prática deixada por Jesus Cristo no Evangelho. Em primeiro lugar as pessoas excluídas setem-se rejeitadas, não queridas e sobrantes. Esse sentimento exige que se reconheça a dignidade humana dessas pessoas, para que se crie condições de acolhê-las e dar-lhes gestos de amor concreto e gratuito. Em segundo lugar essas pessoas não gostam de soluções violentas, urgentes ou apressadas. Tal atitude exige de nossa parte respeito pelo seu modo de solucionar os graves problemas de forma pacífica e mansa. Finalmente, as pessoas excluídas encontram na religião a melhor solução. Para essas pessoas, Deus não é mistério, é evidência; não é enigma, é luz. Religião não é problema, mas solução. Tal prática exige que se respeite o direito que elas têm de viver a religião como fator fundamental de sentido e de resposta às consequências da exclusão que pesa sobre essas massas. As atitudes que clamam por vida, são carregadas de paciência a toda prova, isto é, carregadas de uma paciência histórica. As pessoas excluídas alimentam a confiança na justiça imanente da vida; sonham com a chegada do dia em que "lavarão sua alma" de todas as tribulações e injustiças; aguardam a manifestação plena da vida com sentido, sentido que é Vida dentro da vida. Como a Mãe de Deus entra nesse sonho cheio de confiança? Ela entra trazendo Jesus que assume de seu corpo e da sua alma a nossa realidade limitada e empobrecida. Com sua fé e seu Sim, Maria "mistura" todo o seu ser com o ser de Jesus para que seu Filho se torne a verdadeira Fonte de vida para a Humanidade excluída e sobrante da nossa sociedade de hoje.

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