Celebrar a Quaresma é, portanto, reconhecer a presença de
Deus na caminhada, no trabalho, na luta, no sofrimento e na dor da vida do
povo. Como o povo de Israel, que andou 40 anos no deserto antes de chegar à
terra prometida, terra da promessa onde corre leite e mel. Como Jesus, que
passou quarenta dias de retiro no deserto antes de anunciar a vinda do Reino.
Que subiu a Jerusalém para cumprir a missão que o Pai lhe confiou: dar a sua
vida e ser glorificado. A Quaresma, e isso são bem evidenciadas na sua
história, é um tempo forte de conversão e de mudança interior, tempo de deixar
tudo o que é velho em nós, tempo de assumir tudo o que traz vida para a gente.
Tempo de graça e salvação, em que nos preparamos para viver, de maneira
intensa, livre e amorosa, o momento mais importante do ano litúrgico, da
história da salvação, a Páscoa, aliança definitiva, vitória sobre o pecado, a
escravidão e a morte. A espiritualidade da quaresma é caracterizada também por
uma atenta, profunda e prolongada escuta da Palavra de Deus. É esta Palavra que
ilumina a vida e chama à conversão, infundindo confiança na misericórdia de
Deus. O confronto com o Evangelho ajuda a perceber o mal, o pecado, na
perspectiva da Aliança, isto é, a misteriosa relação nupcial de amor entre deus
e o seu povo. Motiva para atitudes de partilha do amor misericordioso e da
alegria do Pai com os irmãos que voltam convertidos. Fazer da Quaresma um tempo
favorável de avaliação de nossas opções de vida e linha de trabalho, para
corrigir os erros e aprofundar a vivencia da fé, abrindo-nos a Deus, aos outros
e realizando ações concretas de fraternidade, de solidariedade.
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