sexta-feira, 2 de março de 2012

Quaresma











Celebrar a Quaresma é, portanto, reconhecer a presença de Deus na caminhada, no trabalho, na luta, no sofrimento e na dor da vida do povo. Como o povo de Israel, que andou 40 anos no deserto antes de chegar à terra prometida, terra da promessa onde corre leite e mel. Como Jesus, que passou quarenta dias de retiro no deserto antes de anunciar a vinda do Reino. Que subiu a Jerusalém para cumprir a missão que o Pai lhe confiou: dar a sua vida e ser glorificado. A Quaresma, e isso são bem evidenciadas na sua história, é um tempo forte de conversão e de mudança interior, tempo de deixar tudo o que é velho em nós, tempo de assumir tudo o que traz vida para a gente. Tempo de graça e salvação, em que nos preparamos para viver, de maneira intensa, livre e amorosa, o momento mais importante do ano litúrgico, da história da salvação, a Páscoa, aliança definitiva, vitória sobre o pecado, a escravidão e a morte. A espiritualidade da quaresma é caracterizada também por uma atenta, profunda e prolongada escuta da Palavra de Deus. É esta Palavra que ilumina a vida e chama à conversão, infundindo confiança na misericórdia de Deus. O confronto com o Evangelho ajuda a perceber o mal, o pecado, na perspectiva da Aliança, isto é, a misteriosa relação nupcial de amor entre deus e o seu povo. Motiva para atitudes de partilha do amor misericordioso e da alegria do Pai com os irmãos que voltam convertidos. Fazer da Quaresma um tempo favorável de avaliação de nossas opções de vida e linha de trabalho, para corrigir os erros e aprofundar a vivencia da fé, abrindo-nos a Deus, aos outros e realizando ações concretas de fraternidade, de solidariedade.

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