Existem referências à hanseníase em livros muito antigos, escritos na
Índia e na China, séculos antes de Cristo. Provavelmente foi o exército de
Alexandre, o Grande, que disseminou a doença pelo continente europeu, quando
regressou das campanhas da Ásia. Na Bíblia, são descritos casos dessa doença
infectocontagiosa que atacava principalmente a pele, os olhos e os nervos. As
deformidades que provocava eram motivo para seus portadores serem excluídos do
convívio social. Considerada castigo dos deuses, os doentes eram recolhidos em
leprosários, onde ficavam até morrer. Ou, sem socorro nem tratamento,
perambulavam pelas ruas com o rosto e o corpo cobertos por andrajos, pedindo
esmolas com uma latinha amarrada na ponta de uma vara para esconder as mãos
deformadas pela doença. Ao longo dos tempos, a hanseníase foi uma moléstia estigmatizante.
Na história da humanidade, poucas doenças foram cobertas por manto de
ignorância tão espesso. O preconceito era tanto que o nome lepra (lepros em
grego não quer dizer nada além do que manchas na pele), utilizado no passado,
assustava as pessoas e as mantinha à distância dos pacientes. Mais tarde,
quando Hansen descobriu o bacilo que causava a doença, ela passou a ser
conhecida como hanseníase, uma doença como tantas outras provocadas por
bactérias e que, graças ao avanço da ciência, hoje tem cura. Não faça acepções
de pessoas, pois ninguém merece ser desprezados por suas chagas! Ame a todos
sem preferências! Como Deus, nos ama!
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