sábado, 18 de agosto de 2012

Mensagens espíritas - Chico Xavier - Renúncia



Contempla a criança que nasce e recorda a condição de carência a que aportaste no mundo. Não eras senão o minúsculo viajor, destituído de todos os recursos, a valer-se do sacrifício materno, para abordar a embarcação frágil do berço, iniciando a viagem no oceano da experiência terrestre. Nem a vestimenta, nem o pão. Nem dinheiro, nem títulos. É preciso lembrar algumas vezes a nossa posição de usufrutuários da Terra, quando lhe envergamos o veiculo físico, a fim de que não venhamos a viver entre os homens no falso regime da apropriação indébita. É por isso que Jesus, a cada passo do seu ministério divino, ensinou a renúncia e exemplificou-a, desassombrado e humilde, da manjedoura de palha à cruz da morte. Honra a teus pais e ajuda-os quanto possas. Isso é simples dever. Entretanto, não te ensombre o coração a tirania de exigir-lhes a adesão ao teu próprio caminho. Ama a tua esposa ou ao teu esposo, aos teus filhos ou aos teus afeiçoados e amigos. Isso é obrigação na luta diária, contudo, não lhes imponhas o teu modo de ser e de ver, porquanto cada criatura respira no degrau de evolução e entendimento que lhe é próprio. Estudando o evangelho, não olvides a lição do Reino de Deus que, segundo o Senhor, não se encontra aqui ou acolá, mas sim em ti mesmo, portas adentro do teu próprio espírito, nos mais íntimos refolhos da consciência e do coração. E, renunciando ao capricho de padronizar as opiniões e preferências daqueles a quem amas pelo estalão de teus próprios pontos de vista, aprenderão que alguém, isso ou aquilo, por amor do Cristo, é servir com mais devotamento a todos os que nos cercam, deixando de lado os nossos desejos e exigências, para, em suprema fidelidade a Deus, perseverarmos, valorosos e firmes, na obra do bem até o fim.

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