domingo, 18 de novembro de 2012

A saudade...



A saudade... Ainda que o céu esteja azul, e o sol deixe no infinito, seus encantos dourados, bordados a pincel, ainda, que o arco-íris renove a esperança após o temporal, e as borboletas façam coro a vida com sua dança angelical, dentro do meu coração, uma saudade constante, que vem não sei de onde, faz meus olhos marejar. Ao meu redor, flores graciosas, com ternura, me ensinam a sorrir, apesar dos espinhos... A minha alma, porém, reclama a falta de outras primaveras, de outros tons, de auroras belas, no horizonte de outros céus. O conhecimento, o entendimento, o exercício de compreender o momento, o movimento da vida a favor da evolução, mas, cá porta adentra, da alma e do coração, lembranças se agitam, despertam, buscam nas frestas do inconsciente, as respostas, como peças de um quebra cabeças, ansiosas por encontrar o seu lugar. As lembranças, impulsionadas pela força invisível do coração, esbarram em limites, em dores, em dúvidas e indagações, buscam a lógica, lutam pela coerência e quando cansadas e sem esperanças, as lembranças, se encolhem, mas não se apagam... Jamais se apagam... Até que outra vez, sejam impulsionadas pelo aroma eterno do reino distante, a explicar-se, a situar-se no emaranhado de emoções... Aroma das flores que plantei... Das cores, que escolhi para a minha vida, e que um dia, tive de renunciar... Hoje, as flores já encontraram seu jardim, semeado não apenas por mim, mas por outros corações, a pulsar no mesmo tom... Hoje, o tempo antes disperso, se faz coeso e perfeitamente perceptível na tela mental. Hoje, o que era esperança, se converteu em encontro, e construção, e o que era angústia, se fez compreensão, graças a Deus. Mas... A saudade permanece... Permanece em forma de esperança, esperança de regresso... A saudade permanece em forma de lembrança, assinalando não ser aqui o meu lugar... No qual me encontro apenas de passagem e em parte, porque outra parte de mim, ficou dentro do sonho que acabou...

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